Poesias de Maria Antonieta Pincerato

Poesias de Maria Antonieta Pincerato

sábado, 15 de janeiro de 2011

PENSAMENTOS


Não se perturbe 

com pecados que cometem 

contra você 

pois, eles sempre existirão 

neste mundo de muitos demônios 

e poucos anjos...



FRIO EM PILAR

Hoje está fazendo muito frio em Pilar.
A lua insiste em aparecer entre nuvens ligeiras,
empurradas pelo vento frio e cortante,
tal qual o Morro dos Ventos Uivantes
do famoso personagem Heathcliff.
   Sobra apenas o nosso afeto que aquece o coração
e nos transmite esperança e calma.



PILAR DO SUL

Qual andorinha contente
a buscar um céu de muito azul
fui pousar penitente
nos braços do Redentor
da querida Pilar do Sul.
Pilar de Nossa Senhora
Pilar cidade altaneira
iluminando os meus passos
abençoou outrora
uma gente pioneira,
imigrante, itinerante,
que fazia sua pousada
trazendo sua boiada
pela estrada poeirenta.
No coração, a esperança
nos olhos, o horizonte certo da bonança.
No verde do roçado,
qual andorinha contente
entreguei o meu passado...
Pilar do Sul,
uma terrra prometida a me esperar
terra brasileira, meu céu, meu fim
de um entardecer dourado,
de um céu enluarado
de estrelas mil,
revela um povo arrojado,
uma gente varonil.
Qual andorinha contente
ví prados, ví céu, ví gente
de Nosso Senhor do Bomfim!











ROSAS VERMELHAS

Guardei uma rosa
Do último ramalhete
Que me presenteaste.
Eram rosas vermelhas
Desarranjadas
Que trazias em tuas mãos
  Emocionadas.
Desabrocharam lindamente
E uma eu guardei secretamente
Antes que despetalasse.

Rosas vermelhas
Rosas de paixão,
Rosas desfolhadas pelo chão.

Rosas tristes no destino
Do que nos reservava.
Em cada pétala,  um fim,
Um descaminho.

Rosas vermelhas,
 Rosas de ilusão,
Rosas espalhadas pelo chão


RASGANDO O VERBO - LUSOFONIA

 
O homem para a história entrou
No exato momento em que falou.

Falavam uma só língua...

Conta-nos a lenda da Torre de Babel
Que os homens pretendiam chegar até o céu.
Uma grande torre construíram
E Deus conhecendo seus planos,
Enviou seus anjos que os confundiram.
Nunca mais se entenderam
E a Torre, não concluíram.

Originaram-se todas as línguas...

Apareceu o indo-europeu
Que na confusão das línguas se ramificou
E sem mais e nem porquês,
No topo da árvore, surgiu o Português.

Língua viva que do Latim se originou.

No ato dos conquistadores
O superestrato aconteceu.
Quem não falava, morria!
E o nativo se envolvia  nessa fala estranha.
Tornou-se um aloglota,
O substrato, o nheengatu, morreu!

O portunhol é o adstrato na fronteira:
“Toda a América “habla”, só o Brasil, fala.”

A terra nova era bela, ao Rei teria que contar
E Pero Vaz de Caminha, começou a relatar:
“A feição deles é serem pardos,de maneira d’avermelhados,
De bons rostos e bons narizes bem feitos”.

Da terra rasgada, da terra fendida do nheengatu
Surgiu Sorocaba no Itavuvu.
Fala sorrindo, os erres abrindo,
O verbo rasgando do bom Português.

Duzentos e cinqüenta   milhões de falantes integram a lusofonia.

507 anos são passados
No Brasil do Português
Que com braços fortes se fez
Numa Arca de Noé
Micigenando as raças
Lusofonando com graça.


ÉCOS

 

 Por estradas vazias
Passei por meus medos,
Chorei em segredo
A solidão.

E os cães que ladravam,
Ameaçavam, em vão.

Passei minha estrada,
Venci os meus medos,
Estacionei meus segredos,
Num canto qualquer
Do meu coração!
Tarde Dourada

 
Na tarde dourada 
Cantei os meus versos 
Voei o meu vôo 
Chorei minha tarde 
E nem todo o esplendor 
Que se irradiava 
Me iluminava 
Eu era a tarde que passava... 
Buscando no espaço 
O descompasso 
Da minha vida, 
A minha vida 
Era a tarde que passava!...

12/01/2003